Friday, March 11, 2005

cawa pelo mundo

Lília Sampaio, de Campinas: "Professor, fiz uma rápida pesquisa no Google e este me retornou aproximadamente 46.000 resultados para a palavra cawa. Acho que o senhor se enganou quando disse que essa grafia estava errada."

Lília, Lília: olha lá o que tu andas pesquisando. A palavra cawa de fato existe e não é de se admirar que um sítio de buscas poderoso como o que mencionaste tenha encontrado tantos registros, afinal, é um sítio internacional. O que eu fiz questão de ressaltar nas outras perguntas relacionadas a este assunto foi o fato de que a palavra em questão não é uma palavra da língua portuguesa, somente isso. Não obstante, que ela existe nas bocas e nas páginas de muitas sociedades pelo mundo, existe.

Agora, algo interessante: pesquisando, eu descobri que em tailandês, três dialetos jamaicanos, e mais de vinte línguas faladas por nativos norte-americanos, a palavra cawa encontra sua tradução mais natural para o português na palavra casa! Nas setenta línguas restantes, no entanto, os significados variam muito, podendo significar desde panetone até encerradas as inscrições para o circo dos burros.

Sendo assim, daqui por diante, toma tento, Lília. Lê tudo o que cair em tuas mãos com uma boa dose de cautela e não serás mais pega sem prumo. Olho vivo!

seguindo uma regra

Lauro Okida, de Alfenas: "Professor, meu nome é Renam, tenho 19 anos e recentemente aprendi acrônimos na escola. A professora não aprovou nenhum dos que eu fiz, mas eu gostei tanto? Então pensei se você poderia me explicar melhor o que são os acrônimos, dar uma olhada em alguns dos que eu fiz e me disser o que pode estar errado talvez? Obrigado."

Renam
E
Nam

Solstíso
Aumentão
Capaxo
Ao
Revés
Revés
Ou
L
Hoje
Aaamanhã

Estou em
Cas
A só
Espertan
To"


Com prazer, meu caro Lauro, com prazer. O problema com teus "acrônimos" é que eles não são acrônimos, mas acrósticos. Da próxima vez que tua professora pedir para que façam acrônimos, tu deverás seguir sua orientação. Isto me lembra de um aluno que eu tive, nos idos da década de 1970, quando ainda lecionava para o científico, que pronunciava a vogal u todas as vezes quando deveria pronunciar as outras vogais, ou quando precisava dizer "tchau" ou "até logo". Ele também não estava seguindo as orientações, mas, no caso, da língua portuguesa, não é?

contagem regressiva

Walter Souza, de Angra II, pergunta: "Doutor, trabalho em Angra II e sou grande admirador dos seus escritos. Além de contribuir para a propagação dos ensinamentos que antes se encontravam apenas em bibliotecas, ainda escreve sempre em bom espírito. Recentemente fiquei maravilhado com uma resposta que veio muito a calhar no meu trabalho, sobre os números naturais. Mas agora preciso de uma lista diferente, embora similar, com os mesmos números, mas para uma contagem regressiva. Será que o doutor poderia me ajudar nessa?"

Com todo prazer, caro leitor cosmonauta:

10 - dez
9 - nove
8 - oito
7 - sete
6 - seis
5 - cinco
4 - quatro
3 - três
2 - dois
1 - um
0 - zero

E boa viagem!

quem usa sinédoque não atira papel

Carlos Palilo é professor de ensino médio em Ponta Porã e quer saber se a sinédoque é mesmo uma figura de linguagem que consiste em atirar bolotas de papel na cabeça do professor.

Caro Carlos Palilo: não, a sinédoque não é uma figura de linguagem que consiste em atirar papéis ou quaisquer outros objetos na cabeça do professor. Muito diferentemente, consiste em "substituir um nome próprio por um nome comum ou perífrase, e vice-versa", segundo o Houaiss. Da próxima vez, estarás munido contra teus alunos.

números naturais

Rosângela Pires, de Nova Hertz: "Doutor, gostaria de saber como se escrevem por extenso os nomes dos dez primeiros números naturais. Obrigada."

É "pra" já:

0 - zero
1 - um
2 - dois
3 - três
4 - quatro
5 - cinco
6 - seis
7 - sete
8 - oito
9 - nove
10 - dez

O colega da área das ciências matemáticas, Prof. Wilson Zablosky intervém: "Apesar de o zero não ser um número oriundo de contagens naturais, ele tem as mesmas propriedades algébricas dos outros números."

Confia que ele é bom. Um abraço.

soletrando chapéu

Marcelo Noronha, de Quatro Barras, pergunta: "Esses dias no emprego estávamos discutindo, meu chefe e eu, sobre a maneira correta de soletrar a palavra chapéu, que ele insiste em soletrar A-M-F-F-E-F-F-F-Õ. Eu fiquei surpreso com a criatividade dele e pensei até que ele estava brincando, mas a coisa era séria. O mais impressionante é que ele pronuncia a palavra como todo mundo. Em tempo: meu chefe não sabe ler."

Caro Aurélio: se ele não sabe ler, não dá samba. A palavra chapéu até poderia ser corretamente soletrada como A-M-F-F-E-F-F-F-Õ, em algumas circunstâncias, tais quais:

- se a língua portuguesa fosse diferente;
- se nós vivêssemos em outra dimensão

fantasmas gregários

Alessandro Mouzon, de Chapecó, está encafifado: "Professor, como é o coletivo de fantasmas? Pergunto porque esses dias vi cinco fantasmas conversando na minha sala de estar e não soube como chamá-los quando os fui expulsar. Resultado: eles possuíram minha mulher e a lançaram de um penhasco."

Meu caro Alessandro: o coletivo de fantasmas oficialmente é turma. Vem sendo assim desde o século XIX, quando eles nos "visitavam" mais. Como sabes, a língua é o espelho da cultura: eles pararam de "aparecer", nós paramos de falar sobre eles. Meus pêsames.

kontraband/ranho; arigato/desculpe

Cel. José Romildo, da Cidade dos Brinquedos, está com a pulga atrás da orelha: "Minha instrutora-substituta de esperanto disse esses dias que a palavra portuguesa ranho veio da palavra do esperanto kontraband? E ainda: é mesmo verdade que arigatô veio do português desculpe?"

Por partes, coronel. Em primeiro lugar, a palavra ranho, em português, é uma gíria e, particularmente, escatológica. Infelizmente, palavras que preenchem esses quesitos não são pesquisadas até serem lexicografadas. Foram os casos da palavra ceroto e da palavra lixo, que, quando lexicografadas e estudadas, revelaram ser mais velhas que o mundo. Em segundo lugar, a palavra do esperanto kontraband, por semelhança ortográfica e fonética, não deveria deixar pedra sobre pedra com relação a sua tradução correta na língua portuguesa. No entanto, veja como elas, as palavras, se revelam como víboras diante de coelhos: a palavra kontraband de fato deu origem na língua portuguesa na palavra ranho. Infelizmente, no entanto, sua instrutora olhou para o caminho certo e tomou o errado: a palavra ranho é que deu origem à palavra kontraband, por um processo ainda sem termo oficial, que só acontece com tais línguas artificiais, mas que consiste em selecionar um semema ("feixe de significados", por assim dizer) nas línguas que servirão de base para a língua artificial e escolher a forma mais realizada entre essas línguas.

Agora, quanto ao arigato, sinto muito, mas sua orientadora realmente deve ser pouco instruída. Além de o significado dessa palavra ser oposto ao da palavra desculpe, essa é notoriamente uma lenda que reina entre outras envolvendo a mesma palavra. Entre as mais de 60 hipóteses etimológicas levantadas até hoje sobre a palavra arigato, seguem as mais populares:

- obrigado -> arigato
- pips -> arigato
- panetoni -> arigato
- desculpe -> arigato
- mensenger -> arigato
- leopardas -> arigato
- ranho -> arigato
- kontra -> arigato
- lixo -> arigato
- band -> arigato

1.000

Jairo S. M., de Charqueadas, pergunta: "Oi, doutor. Nasci faz dois dias e sou superdotado, mas estou em dúvida quanto à grafia por extenso do número 1.000, que foi o resultado de uma continha de mais que eu fiz."

Mil. Um forte abraço.

desafio: chocotone

Renato Mascarenhas, de Holambra, pergunta: "O doutor impressiona pela erudição e copiosidade de conhecimento transbordante em cada resposta e artigo escritos. Imagino, assim, que um desafio não seria perturbador. Se estiver certo no meu ato de imaginação, inquiro: qual a origem da palavra chocotone?"

Renato Mascarenhas: seu desafio é bem-vindo! Assim como são todos os que puderem contribuir com a difusão de conhecimento a respeito da língua portuguesa em suas múltiplas normas. (Ao contrário de outros desafios, como o de uma senhora que enviou um e-mail perguntando se eu conseguiria digitar a resposta com o pé).

cawa: não dá certo

Ubirajara Gomes, de Palmas, pergunta: "Que a palavra casa é escrita com s, todos estamos cansados de aprender quase que diariamente com o senhor. Mas uma dúvida minha persiste: existe uma possível grafia alternativa dessa palavra com mais de três dáblios? Eu pensei, por exemplo, em um algoritmo que pudesse gerar caracteres mais rapidamente do que o olho humano pudesse lê-los e talvez, com uma vantagem de dois caracteres a frente, poderíamos conseguir algum resultado. Talvez. É só um palpite."

Não. A palavra casa não tem nenhuma grafia alternativa. A única grafia correta de acordo com a norma padrão é com a letra s: C - A - S - A. Esta é a única maneira de se grafar a palavra casa. É a maneira vigente há mais de um bilhão de anos. É a maneira como escreveram Eça de Queirós, Olavo Bilac e Crarice Lispector. Não há sequer um só registro envolvendo a palavra casa numa possível grafia alternativa com a letra w, multiplicada por tantas vezes quanto forem imagináveis. A palavra casa grafada com a letra w no lugar da letra s está simplesmente errada, irrevogavelmente errada. Obrigado.

palavras diferentes

Marcos. R. V., de Manaus, está curioso: "Qual é a grafia correta, afinal: panetoni ou pão?"

Caro Gré-Gré, essas são palavras diferentes. A palavra pão data do século XIX e veio, junto com o alimento que designa, por via ítalo-francesa. Já a outra palavra não consta, nessa forma, em qualquer dicionário, de português, italiano, francês ou japa (por exemplo).

dobrar os ingredientes não melhora a receita do bolo

Flávia Rocha Fragoso, de Nova Friburgo, pergunta: "Vi que o doutor corrigiu, acertadamente, um leitor que relatou uma grafia da palavra casa com w, produzindo o esdrúxulo *cawa. Minha dúvida é: e com dois dáblios? A grafia seria possível? Obrigada desde já."

Não. É sempre bom lembrar-se do caráter semi-composicional do nosso sistema ortográfico: as letras têm sons individualmente que, em grande parte dos casos, serão os sons que elas terão nas palavras. É bem verdade que as coisas não tomam sempre o caminho mais simples, vide os casos da letra x nas palavras crucifixo, hexágono e xiita, por exemplo. Mas a letra w, em português, jamais resultaria num som próximo ao /z/ que ouvimos na palavra casa. E não adianta duplicar ou triplicar: dá no mesmo. A palavra resultante, se lida, poderia ir por dois caminhos: talvez /cáua/, talvez /cáva/, dependendo da interpretação do leitor. Para além disso, cumpre ressaltar que a letra w só é usada na língua portuguesa em palavras de origem estrangeira. Um forte abraço.

ditados

Júnior, de Brusque, pergunta: "Doutor, sou educador e enfrento uma situação peculiar neste meu início de carreira. Durante os ditados de língua portuguesa, os alunos apresentam um domínio exemplar da língua no início do exercício. Com o passar do tempo, o nível decai drasticamente, chegando ao ponto de alguns alunos escreverem erroneamente palavras que já haviam sido ditadas e grafadas corretamente no mesmo exercício. Esta queda de desempenho começa a acontecer mais ou menos depois de vinte horas ininterruptas de exercício. Abaixo está uma transcrição do início do exercício de um aluno e, em seguida do final:

casa - panetone - horroroso - cabelo - porta - chapisco - esternoclidomastóideo (...)

(e vinte horas depois:)

bububaba - panetoni - casa - caza - bbbbbbbbota - pips"


Júnior: a tarefa de educador é uma tarefa árdua. O mais indicado a fazer nessas ocasiões é corrigir o aluno e ensinar a ele a norma padrão, que é o dever desse órgão de engenharia social que é a escola. Por exemplo, ensinando a ele que pips não é uma palavra, mas uma seqüência de letras sem carga semântica. Um forte abraço.

palavras difíceis

Fezinho, de Duque de Caxias: "Professor, eu sei escrever inúmeras palavras cujas grafias a maior parte dos seus correspondentes sequer imagina como sejam, tais quais:

- esternoclidomastóideo;
- caçarola;
- guarda costeira;
- pipa;
- panetone;
- maçarico;
- pé-de-coelho."


Parabéns. Um forte abraço.

prato, bota, uva e pipa

Sônia Regina, de Blumenau, quer saber: "Professor, meu avô insiste em escrever algumas palavras de uma maneira muito estranha. Por exemplo, ele sempre escreve a palavra prato com dois erres, escreve a palavra bota com oito bês, escreve a palavra uva sempre fora da folha, embaixo da mesa e parece não ter qualquer sistematicidade para escrever a palavra pipa, tendo cunhado já pelo menos vinte maneiras de escrevê-la, sendo uma delas enquanto finge estar sentado em uma cadeira invisível. Ele tem cem anos de idade."

Poxa vida. Um forte abraço.

panetoni?

Ciça Massa Podre, de Rio Vermelho do Sul, é curta e grossa: "Como se escreve a palavra panetoni?"

Não desse jeito, queridíssima. Um forte abraço.

a maioria das pessoas foram à festa x a maior-ia dos aaa pessoas fo ao pips

Daniel Cozer, de Feira de Santana, pergunta: "Qual é a maneira correta de se escrever: a maioria das pessoas foram à festa ou a maior-ia dos aaa pessoas fo ao pips?"

Meu amigo Daniel Cozer, você estava bêbado quando me escreveu este e-mail? A palavra pips não consta em nenhum trabalho de pesquisa lexical da história dos estudos de letras. Pudera: ela rompe com o padrão silábico da nossa língua. Para não mencionar a completa inadequação sintática da frase à língua portuguesa de qualquer época.

Gostaria de pedir seriamente aos leitores que escrevessem para mim apenas em estado de sobriedade atestado por terceiros. Obrigado.

lot in traslation's

Donald Day pergunta das margens do Tâmisa: "Say, I am working in a hotel and when a guest comes in I want to know the number of people coming with him/her. Is that the question: 'May I know how many of you?'?"

Sinto muito, mas eu não leio inglês, Donald. Um forte abraço.

casa, caza ou cawa?, parte II

Liliane Palmeira, de São Gonçalo, está curiosa: "Meu avô diz que casa se escreve com s, mas eu tenho certeza de que se escreve com z, pois já vi. Para piorar, meu pai entrou na conversa dizendo que se escreve com w e deixou os três em dúvida. Quem está certo?"

Liliane, que coincidência! Régis Guzo teve uma dúvida semelhante. Curiosamente, ele também é de São Gonçalo, com as diferenças de que, no caso dele, eram a mãe e a avó, e de que ele é outra pessoa. A sua resposta vai pelo mesmo caminho: tudo depende do critério de avaliação. Se o critério de avaliação for perda de tempo, seu avô ganha, por ficar discutindo sobre uma palavra tão fácil como essa na idade dele. Se o critério for analfabetismo, você é a campeã, pois essa palavra já deixou de ser grafada com z há mais de dois bilhões de anos. Se o critério for semelhança com um asno, seu pai é que leva. Um forte abraço.

casa, caza ou cawa?

Régis Guzo, de São Gonçalo, pergunta: "Minha mãe diz que casa se escreve com s, mas eu tenho certeza de que se escreve com z, pois já vi. Para piorar, meu primo entrou na conversa dizendo que se escreve com w e deixou os três em dúvida. Quem está certo?"

Régis: depende do critério de correção que vocês escolherem. Se o critério for histórico, realmente você está certo: a palavra já foi, nos idos do ano 1.000.000.000 antes de Cristo, grafada caza. Por outro lado, se o critério for sincrônico e normativo, sua mãe está certa: a palavra hoje é grafada com s, casa. No entanto, se o critério for retardamento mental, seu primo leva o prêmio, escrevendo o imbecil *cawa. Um forte abraço.

letras x numerais

Léa Passos, de Brasília, quer saber: "Doutor, faço mestrado em Teoria dos Números e meu orientador insiste que, em minha tese, eu escreva todos os números por extenso, sem exceção. Isto torna todo o trabalho das demonstrações aritméticas muito mais laborioso e muito menos claro. Quando eu exibi outras teses para ele, que continham números escritos com numerais, inclusive a dele, ele disse que estava tudo errado e que 'as coisas não [eram] daquele jeito'. Antes de trocar de orientador, decidi procurar a ajuda de um profissional da escrita: como devo proceder, professor?"

Cara Léa: seu orientador está louco. Um forte abraço.

O marido da cobra, parte II

Sérgio Vasconcelos, do Rio de Janeiro, pergunta outra vez: "À fêmea do sapo, todos sabemos, chama-se sapa. O nome da fêmea do tigre também é do público saber: tigresa. Mas como se chama o macho da cobra, professor?"

Esta pergunta já foi respondida anteriormente. Um forte abraço.

O marido da cobra

Sérgio Vasconcelos, do Rio de Janeiro, pergunta: "À fêmea do sapo, todos sabemos, chama-se sapa. O nome da fêmea do tigre também é do público saber: tigresa. Mas como se chama o macho da cobra, professor?"

A clássica pergunta: "Como se chama o macho da cobra?". Bem: chama-se cobro, mas não pode ser confundido com o verbo cobrar conjugado à primeira pessoa do singular, no tempo presente e modo indicativo: [eu] cobro. Sugere o bom e velho Napoleão Mendes de Almeida que acrescentemos um apêndice frasal entre os devidos parênteses após fazermos este último uso do item lexical, como o fazia o famoso cobrador, gramático e escritor Pilson de Laura, ainda nos anos 30. Em mais de um de seus contos, quase todos envolvendo cobranças de aluguel de bens móveis e imóveis e de hipotecas, é comum lerem-se coisas como:

— O que faz aqui, senhor?
— Ora, cobro (não o marido da cobra) o aluguel.

— O que os senhores fazem da vida?
— Ela cobra aluguéis, eu cobro (não o marido da cobra) hipotecas.


Aproveito a oportunidade para atentar para outra comum bazófia que se faz dos nomes dos bichos: aqui e ali vê-se o nome do macho da aranha, aranho, sendo confundido com o verbo arranhar conjugado à primeira pessoa do singular, no tempo presente e modo indicativo: [eu] arranho. Este deslize pode ser evitado se atentarmos para o fato de que aranho tem uma letra a menos